O Ministério da Saúde treinou equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) do estado do Amazonas para inserção do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre. Com a ação que durou uma semana, 23 médicos foram capacitados e 1.154 mulheres foram assistidas com o dispositivo. A iniciativa tem como objetivo reduzir o número de gestações não planejadas e, consequentemente, contribuir para a redução da mortalidade materna no estado.
O treinamento fortalece, ainda, as ações de planejamento familiar e amplia o acesso a métodos contraceptivos de longa duração às mulheres residentes em áreas remotas e mais vulneráveis. A ação contou ainda com a parceria da Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM) e secretarias municipais de saúde.
“Sabemos da dificuldade que muitas ribeirinhas e indígenas encontram para ter acesso a métodos contraceptivos por viverem em áreas muito remotas e distantes dos serviços de saúde. O DIU é uma alternativa segura e eficiente que pode atender às necessidades dessas mulheres”, destacou a diretora substituta do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Lana de Lourdes Aguiar Lima.
O dispositivo é um método contraceptivo de longa duração, seguro e eficaz, que não depende do hábito da usuária para ter efeito. O DIU tem duração de 10 anos e é ofertado gratuitamente pelo SUS, a todos os estados do País. “Não basta apenas ofertar o método, é necessário que os profissionais estejam habilitados para realizar o procedimento de inserção. Por isso esse projeto é tão importante para garantir o acesso”, reforçou Lana.
A iniciativa soma-se às ações desenvolvidas pelo MS para redução da morbidade grave e mortalidade materna por causas evitáveis, em especial no contexto da pandemia da Covid-19. Em dezembro de 2021, a pasta ainda realizou a capacitação de 41 médicos e a inserção de 693 dispositivos intra-uterinos em mulheres no estado.
Redução da mortalidade materna
O Ministério da Saúde lançou no início deste mês, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM) e secretarias municipais de mais 11 municípios amazonenses, o projeto Telemonitoramento do pré-natal de baixo e alto risco e das intercorrências obstétricas no estado.
A iniciativa foi celebrada por meio de Termo de Execução Descentralizado com a UFAM no valor de R$ 5,2 milhões, para a implementação de uma plataforma de telemonitoramento obstétrico que permita integrar, incorporar e monitorar dados e informações clínicas produzidos pelas equipes da APS, atenção ambulatorial especializada, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), hospitais de pequeno porte, maternidades de baixo risco e maternidades referência para alto risco no Estado do Amazonas.
O projeto ainda prevê a oferta de interconsulta aos profissionais de saúde com especialistas disponíveis 24 horas para apoiar o manejo clínico da gestação no pré-natal e a detecção precoce e tratamento oportuno de intercorrências obstétricas.
Em 2021, a pasta ainda lançou o Projeto Força Pré-Natal do SUS para apoiar a organização da atenção ao pré-natal de baixo risco com foco na redução da morbimortalidade materna e neonatal precoce, por meio do fortalecimento das ações de manejo clínico da gestação, diagnóstico e tratamento da sífilis e HIV na gestação, coleta de exame preventivo do câncer de colo de útero e pré-natal odontológico.
Foram capacitados 352 profissionais da Estratégia de Saúde da Família e Saúde Bucal dos municípios Manaus, Rio Preto da Eva, Iranduba, Presidente Figueiredo e Parintins. As ações seguem no ano de 2022 para os demais municípios prioritários.
Investimentos no Amazonas
O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, destinou mais de R$ 30 milhões de recursos ao estado para o reforço de ações de qualificação e cuidado às gestantes e puérperas. Desse total, R$ 16,6 milhões foram destinados, por meio da Portaria nº3.186 de 26 novembro de 2020, para a renovação do parque tecnológico das maternidades.
O objetivo foi proporcionar o manejo adequado de gestantes e puérperas que necessitem de cuidado intensivo. Além disso, foram destinados outros R$13,3 milhões investidos na realização de ações estratégicas de apoio à gestação, pré-natal e puerpério, bem como medidas de redução da disseminação do novo coronavírus, por meio da Portaria nº 2222 de 25 agosto de 2020 e da Portaria nº 731 de 16 de abril de 2020.